Páginas do Tempo

• Menina risonha que corria livre
• pelo quintal da avó
• Folha levada pelo vento
• na direção que queria
• Sem medo subia nas árvores,
• provava o doce mel das frutas da época 

• Quando da escola voltava
• cantava com os passarinhos
• Degustava o maravilhoso banquete
• preparado pelas mãos amorosas de vó
• E depois se dedicava às lições escolares,
• para logo se divertir com as brincadeiras de meninice

• Entre as mãos enrugadas e bem cuidadas
• passavam linhas, agulhas, rosários e mãos pequenas e tímidas
• Foram estas mãos que sustentaram a menina 
• quando pela vida dava passos vacilantes
• Foram estas mãos unidas com as daquela que foi menina,
• que se encontraram no instante da última despedida 

• Das páginas do tempo ecoam voz veludosa
• a contar histórias e a aconselhar 
• Silêncios calam tristezas e vazios
• para lembrarem à mulher-menina o poder das lembranças 
• O amor é a maior força que existe, disse um poeta
• e é o amor de minha avó que me acompanha 
• Fez muito feliz a menina
• Fez sábia e forte a mulher

Idioma: Português (Brasil)

Sobre o poema: "É um poema que resgata as reminiscências de uma infância que encontrou abrigo, proteção e felicidade junto à avó materna, que encantou-se. São as memórias da infância de uma mulher que cresceu em uma cidade interiorana do Brasil e foi junto às suas raízes que encontrou e ainda encontra força e inspiração para viver e escrever. São versos escritos com saudade e ternura, com as marcas das páginas de um tempo que sempre vai existir. Que sejam sempre eternizados os nossos avós, primeiros mestres e guias que encontramos na vida."

Etiquetas datas comemorativas: (Dia Mundial dos Avós).

A autobiografia do autor: Clique aqui

Poema da autoria de:

📝 Naira Diniz 📝

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